Na caminhada para o Natal, para o jubiloso encontro com Jesus, somos ajudados por grandes personagens. Neste 2º domingo, o Evangelho(Mc 1,1-8) nos apresenta a figura de João Batista, o último dos profetas. Em seu modo sóbrio de se vestir e de se alimentar, recorda o profeta Elias. Sua mensagem atualiza a do profeta Isaías (1ª leitura - Is 40,1-5.9-11). Ele se apresenta no deserto, e não no Templo, distinguindo-se da elite do seu povo.

Apesar da importância de sua missão, João se mantém humilde: “Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo.” O evangelizador sabe que ele não é o centro, mas o Cristo. O que importa mesmo é que Cristo seja anunciado, conhecido, amado e seguido.

João Batista teve a capacidade de perceber que o Messias estava “às portas”, anunciando-o não como algo abstrato, mas como alguém presente no meio do povo. O Precursor nos ensina a fazer anúncios claros e corajosos, acompanhados com a força da coerência de vida.

Toda a vida de João, desde o seio materno, esteve orientada à sua missão de preparar o povo. Ele se sabia vocacionado para isso e realiza a sua missão até o fim, até a doação da vida no cárcere. Foram muitos os que conheceram Jesus graças ao trabalho apostólico de João Batista. 

Uma das características do Precursor foi o chamado à conversão, acompanhado com um batismo para o perdão dos pecados. E alertava que, enquanto ele batizava com a água do Jordão, o Messias iria batizar com o fogo de Deus, com o Espírito Santo.

Neste final do Ano do Espírito Santo, da Crisma, reconfirmemos nossa fé na Unção do Espírito para a missão. Fomos ungidos não para o medo ou outros subterfúgios, mas, como escreve São Pedro na 2ª leitura (2Pd 3,8-14): “esperamos novos céus e uma nova terra,

onde habitará a justiça. Caríssimos, vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha e em paz”.