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09 de agosto: 19º domingo do Tempo Comum
Créditos foto: Reprodução / Internet Full Width Post Format
“Sentindo o vento, ficou com medo e começou a afundar”
 A 1ª leitura (1Rs 19,9.11-13): A peregrinação de Elias ao monte Horeb (Sinai) é uma espécie de retorno às origens. Com Elias (“novo Moisés”), é todo o Israel – povo infiel que se deixou seduzir pelos falsos cultos – que deve regressar às suas fontes, ao compromisso inicial com Deus. O povo precisa se purificar, se reencontrar com Deus e reassumir sua vocação de “Povo da Aliança”.
2ª leitura (Rm 9,1-5): Paulo sofre porque muitos de seu povo não acolhem a salvação trazida por Jesus. Se temos irmãos batizados que abandonam a fé, ou a vivem superficialmente, nos sentimos tristes, mas continuamos firmes e fiéis em nosso testemunho.
Evangelho (Mt 14,22-33): Após o “sucesso” da multiplicação dos pães e peixes, Jesus “mandou que os discípulos entrassem na barca e fossem à sua frente para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões”. Como pedagogo, Jesus quer impedir nos discípulos uma euforia excessiva e falsas expectativas. Ele percebeu que o povo queria fazê-lo rei (cf. Jo 6,15), desviando-o de sua missão. Às vezes é preciso mudar o rumo, ir para outras margens.
Quando Mateus redige o evangelho, além da perda do entusiasmo inicial, havia ainda o perigo das contrariedades, conflitos e perseguições (“as ondas balançavam a barca (= Igreja), pois o vento era contrário”). A comunidade só pode subsistir se confiar em Jesus, na sua presença, na sua proteção, experimentada por Pedro ao quase afundar. Jesus estende as mãos, mas repreende a falta de fé. 
A situação se aplica à cada comunidade, de qualquer tempo e lugar. A “noite” lembra as trevas da confusão, da insegurança e do medo. As “ondas” lembram as hostilidades do mundo contra a Igreja. Os “ventos contrários” representam a oposição, a resistência do mundo ao Evangelho. Convém superar o medo, pois ele nos faz afundar, sucumbir. É então que Jesus se manifesta e nos ajuda a enfrentar as forças da morte. É esta experiência que Mateus nos convida a fazer.
Autor: Pe. Roni O. Fengler