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Domingo da Divina Misericórdia * 19 de abril
Créditos foto: Reprodução / Internet Full Width Post Format
“Meu Senhor e meu Deus!”
Evangelho (Jo 20,1-9): A Ressurreição é uma realidade completa e abrangente: atinge a Cabeça e o Corpo, isto é, Cristo e a Igreja (a comunidade dos seguidores).
“Ao anoitecer daquele dia”: Não é mais o sepulcro o lugar da experiência da ressurreição, pois o dia já foi iluminado com o nascer do Sol (Cristo Ressuscitado). A experiência da vitória sobre a morte deve acontecer em outros “sepulcros”, a começar pelo cenáculo, onde a comunidade de Jesus está reunida em meio às trevas do anoitecer (de portas trancadas, com medo, consequências de uma fé vacilante). 
“Jesus entrou e pôs-se no meio deles”: Para entrar na realidade da ressurreição, da vida nova, é necessário reconhecer a centralidade de Cristo. No encontro com o Senhor, reunidos em torno dele, confiantes e abertos ao novo, é que a comunidade dos discípulos recebe o primeiro e fundamental dom do Ressuscitado: a PAZ.
 “Mostrou-lhes as mãos e o lado”: A paz tem uma fonte inconfundível: o Crucificado-Ressuscitado. É ele o único que pode oferecer a verdadeira paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14,27). 
“Como o Pai me enviou, também eu vos envio”: A missão de Jesus se torna a missão da comunidade. A paz é fruto dessa missão. A Igreja é anunciadora e construtora da paz, cuja fonte é Cristo.
“Recebei o Espírito Santo”. A missão não é exercida por puro esforço humano; ela é acima de tudo DOM. É a força do alto, o sopro da nova criação, que sustenta a comunidade. Na Crisma o bispo nos diz: “Recebei o Espírito Santo, o dom de Deus”.
"A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados": Deus é misericordioso e a Igreja é canal privilegiado de sua misericórdia, que inclui necessariamente o perdão, a reconciliação.
“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos... e não puser a mão no seu lado não acreditarei”:  Tomé ausente é símbolo daqueles que não valorizam sua comunidade e são afligidos pela falta de fé. Retornando ao seio da comunidade, faz a experiência do Ressuscitado e assume uma fé firme: “Meu Senhor e meu Deus!” Muitos costumam fazer exigências para crer e caem na tentação do individualismo e exclusivismo espiritual. Convém que a fé seja testemunhada por todo o corpo eclesial. 
  • Que o Tempo Pascal nos ajude a abandonar o “nosso sepulcro” e a fazer a experiência comunitária da misericórdia que cura, reconcilia e salva.

Autor: Pe. Roni O. Fengler