“As
parábolas da misericórdia”
O
evangelista Lucas gosta de apresentar Jesus como o revelador da misericórdia do
Pai. Hoje meditamos todo capítulo 15, onde Jesus relata três parábolas: a das
cem ovelhas, a da mulher que perde sua moeda e a do Pai com seus dois filhos.
São conhecidas como as parábolas da misericórdia.
Há uma informação inicial
importante: as pessoas que se aproximam de Jesus eram cobradores de impostos e
pecadores. Jesus está seguidamente acompanhado destas pessoas, rejeitadas pela
sociedade, de modo especial pelos fariseus e doutores da Lei. Estes criticam
Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. É de modo
especial a este grupo, que se julgavam “os donos da Lei”, que Jesus conta estas
parábolas. Nas três parábolas há algo em
comum: uma perda. No primeiro caso é o homem que tem cem ovelhas e perde uma, e
não desiste até encontrá-la; depois é uma mulher que perde uma moeda de prata e
a busca até achá-la, e no terceiro caso trata-se de um filho que abandona a
casa do pai e se perde na vida.
Nas três situações as pessoas
não ficam lamentando a perda sofrida e não desanimam até recuperar o perdido: o
pastor foi atrás da ovelha, a mulher procurou cuidadosamente sua moeda, e o pai
correu ao encontro do filho quando voltava arrependido.
As três histórias revelam
intensa alegria pelo reencontro, revelando a alegria que há no céu por cada
pecador convertido. Trata-se de uma alegria compartilhada: “Alegrem-se comigo”.
Aquilo que estava perdido foi achado, ou como disse o pai ao outro filho que
ficou enraivecido: “Era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão
estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”.
- O Papa Francisco lembra que devemos sentir intensamente em nós a alegria de ter sido reencontrados por Jesus, que veio, como Bom Pastor, à nossa procura. Na Bula Misericordiae Vultus escreve: "Nas parábolas dedicadas à misericórdia, encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão... O perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração.” (MV n. 9)