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04 de agosto: 18º domingo do Tempo Comum - Ano C
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“A vida não consiste na abundância dos bens”
As leituras deste domingo nos levam a refletir seriamente sobre a atitude em relação aos bens deste mundo. Se fazemos deles o centro de nossa vida e de nossas opções com certeza seremos decepcionados e a vida cairá no vazio. O que confere sentido à nossa existência e preenche verdadeiramente nossa vida são outros bens. Por isso Jesus nos convida a sermos ricos para Deus.        
Na 1ª leitura (Ecl 1,2;2,21-23), que traz a conhecida expressão “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, nos lembra que a vida é passageira e que é um desatino passar a vida toda preocupado em acumular bens, para depois deixar tudo para os outros. Por que andar sempre agitado e deixar-se levar pela ganância e pela cobiça?       
No Evangelho (Lc 12,13-21) aproxima-se de Jesus alguém que está em litígio com seu irmão por causa da herança. Ele pede para Jesus ser seu juiz nesta questão. O Mestre aproveita a ocasião para alertar os ouvintes do perigo da cobiça, do perigo em colocar peso desmedido nos bens terrenos. E avisa: “Mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. A riqueza não garante a segurança desejada. E, mediante a parábola do “rico insensato”, Jesus denuncia a falência de uma vida voltada apenas para o material: um homem construiu celeiros enormes e, quando os encheu de grãos, querendo curtir a vida, morreu. Quem assim procede é chamado de “louco”, pois trilha um caminho de ilusões e desenganos: iludido pela “segurança” dos bens materiais, acabou perdendo o bem maior: a vida! E Jesus completa: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus”.        
Rico para Deus é quem ajuda o próximo, como diz o livro dos Provérbios: “Quem se compadece do pobre empresta a Deus, e Ele o recompensará” (Pr 19,17). Rico aos olhos de Deus é quem sabe servir, como Jesus. Assim, a 2ª leitura (Cl 3,1-5.9-11) convida-nos à identificação com Cristo, o Homem Novo, que busca em tudo uma profunda sintonia com o Pai. “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, os bens celestes”.        
Não é verdade que muitas vezes o dinheiro acaba gerando brigas e divisões nas famílias e nas comunidades? Portanto, cuidado! Por isso o Salmo de hoje (89) nos convida a cantar: “Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza”. Sim, quem se deixa conduzir por Deus jamais será iludido!
Autor: Pe. Roni O. Fengler