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A proclamação da palavra de Deus
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Introdução
Aumenta nas comunidades o zelo com a proclamação das leituras bíblicas nas celebrações. Crescem a qualidade e a unção no ministério da proclamação graças à descoberta do alcance da boa leitura. Encontramos pessoas que, ao longo da semana, se preparam para exercer bem esse serviço na assembleia. Há dioceses que promovem encontros para capacitar os proclamadores das leituras e dos salmos. Temos paróquias que formam e acompanham pessoas convidadas para anunciar a Palavra na liturgia. Nas capelas e igrejas encontramos espaços litúrgicos dignamente preparados para acolher a assembleia que se reúne para ouvir a proclamação e celebrar os mistérios da salvação, tendo destaque especial a mesa da eucaristia (altar) e mesa da palavra (ambão). As vestes litúrgicas são usadas pelos ministros nas celebrações para dignificar o ministério. Mas por que tudo isso acontece?
 
Sentido da proclamação
Na introdução ao Elenco das Leituras da Missa, ao  no. 4, encontramos: “Na celebração litúrgica a Palavra de Deus não se exprime sempre do mesmo modo, nem penetra sempre nos corações dos fiéis com a mesma eficácia; mas Cristo está sempre presente em sua palavra e, realizando o mistério da salvação, santifica os homens e presta ao Pai o culto perfeito. Assim, a Palavra de Deus, proposta continuamente na Liturgia, é sempre viva e eficaz pelo poder do Espírito Santo, e manifesta o amor ativo do Pai, que nunca deixa de ser eficaz entre os homens”.
Ao número 6, lemos: “Na ação litúrgica, a Igreja responde fielmente o mesmo “Amém” que Cristo, mediador entre Deus e os homens, pronunciou, de uma vez para sempre, ao derramar seu sangue, a fim de selar, com a força de Deus, a nova aliança no Espírito Santo. Quando Deus comunica a sua palavra, sempre espera uma resposta, que consiste em escutar e adorar “em Espírito e verdade” (Jo 4,23).
 
A Palavra de Deus na vida da Igreja
Aprendemos que a Igreja cresce e se constrói ao escutar a Palavra de Deus, e as  maravilhas que Deus realizou na história da salvação fazem-se presentes, nos sinais da celebração litúrgica, de um modo misterioso, mas real.  Deus escolhe a comunidade dos fiéis que celebra a liturgia, para que a sua palavra seja anunciada e conhecida, e seu nome seja louvado por todas as nações. É significativo lembrar: quando a Igreja, reunida pelo Espírito Santo na celebração litúrgica, proclama e acolhe a Palavra de Deus, ela se reconhece como o novo povo, no qual a aliança antigamente selada chega agora à sua plenitude e perfeição. 
 
A participação da assembleia na liturgia da palavra
Conforme a Instrução Geral ao Missal Romano, a Palavra de Cristo reúne, faz crescer e alimenta o povo de Deus, “isso vale especialmente para a liturgia da palavra na celebração da missa, na qual o anúncio da morte e ressurreição do Senhor e a resposta do povo que escuta se unem inseparavelmente com a própria oblação, pela qual Cristo confirmou com o seu sangue a nova Aliança, oblação de que participam os fiéis com o desejo e com a recepção do sacramento”. Com efeito, “não somente quando se lê ‘o que se escreveu para nosso ensinamento’ (Rm 15,4), mas também quando a Igreja ora, canta ou age, a fé dos participantes se alimenta e suas almas se elevam para Deus, a fim de tributar-lhe um culto espiritual e receber a sua graça com maior abundância”(SC, 33).
 E a Carta Magna sobre Liturgia do Concílio Vaticano II observa: para que possam celebrar vivamente o memorial do Senhor, lembrem-se os fiéis de que a presença de Cristo é uma só, tanto na Palavra de Deus, “pois quando se lê na Igreja a Sagrada Escritura, é ele quem fala”, como “especialmente sob as espécies eucarísticas” (SC, 7).
 
A importância da fé
A Palavra de Deus, para que seja acolhida e traduzida na vida, exige uma fé viva e ativa que cresce na escuta da Palavra de Deus proclamada. As Sagradas Escrituras são, sobretudo na proclamação litúrgica, uma fonte de vida e de força segundo o que diz São Paulo, quando afirma que o Evangelho é uma força de salvação para todo o que crê.
 O amor às Escrituras contribui para o fortalecimento e a renovação do povo de Deus. Por isso, é decisivo que as pessoas estejam bem dispostas a escutar com alegria a Palavra de Deus. A Palavra de Deus, quando é anunciada e levada à prática, ilumina os cristãos pela atuação do Espírito Santo, e os impele a viver o evangelho do Senhor. A Palavra de Deus, recebida com fé, move o homem do fundo do seu coração à conversão e a uma vida resplandecente de fé, pessoal e comunitária, visto que a Palavra de Deus é o alimento da vida cristã e a fonte de toda oração da Igreja.
Autor: Marcelino Sivinski