“Chegando ao Calvário, ali crucificaram Jesus”
Neste domingo de Ramos, início da Semana
Santa, são proclamados dois Evangelhos: o da entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém, quando o povo o acolhe festivamente com ramos e o aclama como Rei, e
o da Paixão, um pouco mais longo, onde Lucas relata todo o drama da condenação,
caminho da cruz, crucificação e morte de Jesus no monte Calvário.
Como pode que num curto espaço de
tempo Jesus é aclamado festivamente pelo povo como Rei e depois é cruelmente
condenado e assassinado como impostor? Muito se discute, discorrendo sobre as
diferentes forças em ação no processo da condenação. É certo que os opositores
de Jesus eram pessoas de mais poder e influência e usaram todas as suas armas
para eliminar Jesus de Nazaré, que não compactuava com seu estilo de vida
legalista, impiedoso e em muitos pontos hipócrita.
Também
hoje o povo simples é normalmente refém de “mandos e desmandos” de pessoas de
poder, e muitas vezes podemos questionar suas decisões, que impõem flagelos e
cruzes pesadas sobre o povo simples, sobre aqueles que têm a menor parcela de
culpa na crise que atravessamos.
Jesus continua sofrendo e sendo
condenado nos injustiçados de hoje. Mas também é servido e amparado pelos
“Cireneus” e Verônicas” de hoje, que es estendem sua mão e voluntariamente agem
em serviços, pastorais e outras entidades que promovem a vida dos mais
sofridos. “Cada vez que o fizestes a um
desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”. Este é o espírito e
o sentido da coleta da Campanha da Fraternidade que hoje realizamos em todas as
comunidades, fruto de nossas renúncias e sacrifícios. Não queremos ficar
impassíveis e indiferentes diante do Cristo que continua sofrendo e carregando
a sua cruz.
Autor: Pe. Roni O. Fengler