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23 de dezembro: 4º domingo do Advento – Ano C
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1ª leitura (Mq 5,1-4ª): “Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor”. O esperado de Deus “desde os dias da eternidade”, que irá instaurar um reino de justiça e paz, não nascerá num lugar importante, mas “em Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá”. Será de origem humilde, sem influência dos homens de poder. O reino de Davi foi em geral considerado positivo, mesmo assim se impôs pela força, pela riqueza, pelas manobras políticas e diplomáticas. O rei futuro, sim, será capaz de instaurar um verdadeiro reino de paz e de amor no coração humano, pois apascentará com a força de Deus e jamais recuará diante da pressão dos poderosos e maldosos. “Ele mesmo será a paz”, não se deixará corromper e saberá respeitar a dignidade de todos, sem esquecer dos fracos e pequeninos. 
Evangelho (Lc 1,39-45): “Bendito é fruto do teu ventre”. Lucas relata o encontro de duas mulheres grávidas: Maria e Isabel. A primeira é jovem e traz o Filho de Deus, o Salvador. A segunda é idosa e traz o maior dos profetas, que irá preparar o povo para receber o Salvador. Isabel já O está acolhendo em sua casa, em sua vida, e fica cheia do Espírito Santo e exulta de incontida alegria. Ela exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”, oração que repetimos em cada recitação da “Ave Maria”. Bendizemos o enviado de Deus, tão ansiosamente esperado e tão necessitado na vida de todos nós.
Quem serve também é enriquecido. Acompanhar a gestação de Isabel certamente ajudou a jovenzinha de Nazaré a ser uma boa mãe. Na espera, somos formados. 
Isabel se declara indigna dessa visita: “Como posso merecer...?” Também nós nos sabemos indignos, como rezamos em cada missa antes da comunhão (“Eu não sou digno...”). Mesmo assim, Deus nos visita. Ele é movido pelo amor. O que Ele espera é um coração acolhedor e disposto a viver sua mensagem, sua proposta. A Igreja é como Maria, que, apesar de carregar infinitos tesouros, mantém a humildade e se apressa em servir. E igual a Isabel, que se deixa inundar pelo Espírito e acolhe o Senhor com alma generosa, profética e exultante.
Autor: Pe. Roni O. Fengler