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14 de outubro: 28º domingo do Tempo Comum
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“Que devo fazer para ganhar a vida eterna?”   
"Quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: 'Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?'"
Um homem rico procura o caminho que conduz à vida eterna. Ele interroga Jesus com sinceridade. Está à procura da salvação. Jesus estava caminhando com seus discípulos. Era também um caminho espiritual durante o qual Jesus vai aprofundando sua catequese sobre as exigências do Reino. Diante da interrogação e do diálogo com o homem rico, que não consegue se desapegar dos bens, Jesus não perde a oportunidade para avisar os discípulos acerca da incompatibilidade entre o Reino e o apego à riqueza. 
Na perspectiva dos teólogos de Israel, as riquezas são uma bênção de Deus. Contudo, uma vertente já alertava sobre o perigo das riquezas. Isso podia endurecer o coração e tornar a pessoa orgulhosa, insensível e auto-suficiente, afastando-a assim de Deus (“se tenho muitos bens, por que preciso de Deus?”). Jesus retoma essa mensagem, orientando-a na perspectiva do Reino. A vivência dos mandamentos tradicionais é um primeiro patamar no caminho à vida eterna. Porém, para entrar plenamente no Reino é preciso mais do que observar leis ou regras. Jesus reconhece a sinceridade, a honestidade, a verdade da busca deste homem; por isso, olha para ele com simpatia, com amor e resolve desafiá-lo a subir a um outro patamar: convida-o a integrar a comunidade do Reino. 
Ora, esse novo patamar tem um outro grau de exigência. Jesus aponta três requisitos fundamentais: 
1.       Não centrar a vida nos bens passageiros deste mundo; é uma falsa segurança. 
2.       Procurar outro tesouro: a partilha, a doação e a solidariedade para com os necessitados; 
3.       Seguir a Jesus, a exemplo dos apóstolos: “Eis que deixamos tudo e te seguimos”. 
Apesar de toda boa vontade, o homem não estava preparado para esse caminho novo. Permanece fechado em si e preso à lógica do “ter”. Isso não o faz feliz (“foi embora cheio de tristeza”). Para ser feliz é preciso fazer outros felizes. Ele representa todos os que são incapazes de renunciar aos bens passageiros – ao dinheiro, ao sucesso, ao prestígio, às honras, aos privilégios, a tudo o que prende a pessoa e a impede de dar-se aos irmãos. 
“Mas isto é possível?”, perguntam os discípulos. Jesus responde que sim, desde que se esteja disponível para escutar a Deus e deixar-se conduzir por Ele. Mas é impossível aos que só confiam em si e são possuídos pelos bens. 
Escolher com liberdade o caminho do seguimento e do despojamento não é um caminho de perda, de solidão, de morte, mas de ganho, de comunhão, de vida. E Jesus acrescenta: Isso garantirá uma vida cheia e feliz nesta terra e, no mundo futuro, a vida eterna.
Autor: Pe. Roni Osvaldo Fengler