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30 de setembro: 26º domingo do Tempo Comum
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"Nós o proibimos porque não nos segue” 
A liturgia deste domingo quer ajudar os seguidores de Jesus a purificar as suas opções para ter sempre mais os sentimentos e as atitudes do Mestre. 
Durante a caminhada do povo de Israel pelo deserto, Deus pousa seu Espírito profético em outros 70 homens, além de Moisés (1ª leitura). Dois que não tinham ido à Tenda também profetizavam. Um jovem pede a Moisés que os proíba imediatamente. Resposta de Moisés: “Não precisas ter ciúmes por mim. Oxalá todo o povo fosse profeta!” O servo de Deus não está preocupado com o controle e o poder, mas com a vida e o bem do povo. 
No Evangelho é o jovem João que conta a Jesus que tinham proibido um homem a continuar expulsando demônios em nome de Jesus. O motivo alegado era porque não pertencia ao grupo dos seguidores.  Resposta de Jesus: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”. 
Sim, é preciso entender que o Espírito de Deus sopra onde quer e sobre quem quer, sem estar limitado por regras. Os verdadeiros seguidores de Cristo colocam em primeiro lugar “o Reino de Deus e a sua justiça”. Convém ser capaz de reconhecer e aceitar a ação do Espírito em outras pessoas boas, em outros grupos que não pertencem oficialmente à instituição Igreja, mas que são sinais vivos e concretos do amor de Deus. O bem não é privilégio ou exclusividade nosso. O verdadeiro cristão é aquele que, a exemplo de Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta e não sente ciúmes por isso, pelo contrário, sente alegra, pois tudo o que ajuda a melhorar o mundo deve ser apoiado (“até um copo de água”). 
A Igreja deve estar sempre atenta aos sinais do Reino. É por isso que em nossos planos sempre procuramos fomentar parcerias com outras instituições que de alguma forma ajudam a criar um mundo mais justo, solidário e fraterno, que cooperam para combater o mal que destrói a vida e escraviza as pessoas. Para combater as injustiças (tema da segunda leitura - “o clamor dos trabalhadores explorados chega aos ouvidos de Deus”) convém unir esforços, apoiando outros grupos organizados que promovem o bem e convidando a eles para que também apoiem e fortaleçam as nossas iniciativas. 
Jesus ainda adverte para nunca “escandalizar um desses pequeninos que creem”. Quem são esses pequeninos? São os fracos que esperam a ação de Deus, são os marginalizados que esperam confiantes uma vida melhor, uma sociedade justa e fraterna. Eles ficariam decepcionados se os seguidores de Jesus andassem mais preocupados consigo, à procura de poder e querendo formar uma casta privilegiada do que com a prática do Evangelho. Isso significaria trair a missão de Jesus. E todo mal, todo pecado deve ser cortado pela raiz (“se tua mão te leva a pecar, corta-a...”).
Autor: Pe. Roni O. Fengler