Artigos e Notícias -voltar-
16 de setembro: 24º domingo do Tempo Comum
Créditos foto: Internet Full Width Post Format
“E vós, quem dizeis que eu sou?”
Durante o caminho ao povoado de Cesaréia, Jesus pergunta aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” As opiniões do povo eram divergentes. Não havia clareza. Então Jesus olha fixo para os apóstolos e pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
É a pergunta decisiva. Neste “ano do Batismo”, que nossa diocese está vivendo, cada um de nós é convidado a responder pessoalmente a esta pergunta de Jesus. Ele olha fundo em nossos olhos e pergunta: “Para você, quem sou eu?”
Em nome de todos os discípulos, Pedro responde: “Tu és o Messias!” O evangelista Marcos tem como pano de fundo, em seu escrito sagrado, responder à pergunta: “Quem é Jesus?” Agora inicia-se a segunda parte do evangelho, onde Jesus vai aprofundando a natureza da sua condição de Messias: “Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado..., ser morto, e ressuscitar depois de três dias”.
Era tudo o que Pedro não queria ouvir. Sim, era contra tudo o que se esperava de um Messias triunfalista, restaurador da monarquia. Pedro ainda pensava nesta linha, onde sofrimento, cruz e morte não se encaixavam. Pedro leva Jesus à parte e quer convencê-lo do contrário. Jesus percebe que esta é uma cilada do inimigo e repele Pedro energicamente, pois «não compreende as coisas de Deus». A lógica do demônio deve ser rejeitada com decisão firme. É por isso que durante o rito do Batismo somos perguntados se renunciamos “ao demônio, autor e princípio do pecado”. Todo batizando renuncia ao demônio e acolhe a Jesus Cristo, disposto a uma vida nova. 
Em seguida, Jesus faz um forte apelo: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga!”Aceitar e abraçar a cruz é fundamental para o caminho da salvação. Para viver é preciso morrer. Morrer para o pecado. Nosso fim último não é o gozo dos bens deste mundo, mas comunhão com o próprio Deus. Para se chegar a Deus é preciso "renegar-se a si mesmo": renunciar ao comodismo, egoísmo, apego demasiado aos bens, e "tomar a sua cruz": assumir os sacrifícios inerentes à vivência do Evangelho. No dizer do Catecismo da Igreja Católica (nº 2015): "O caminho da perfeição passa pela Cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças".
Autor: Pe. Roni Osvaldo Fengler