“É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu”
Após a multiplicação dos pães e dos peixes, o
povo corre atrás de Jesus. Mas Jesus, que conhece o íntimo das pessoas, não se
deixa enganar. Na verdade, não buscam a ele, a sua pessoa, mas o pão (pão
diário, fácil e gratuito). Jesus dialoga com eles francamente, dizendo que eles
não haviam entendido os sinais: a multiplicação dos pães era um sinal a indicar
uma realidade mais profunda e mais importante. E os aconselha a buscar não o
pão que se perde, mas o alimento que garante a vida eterna. Aí o povo lembra do
sinal que Moisés havia dado no deserto: o maná, que eles chamavam de “pão do
céu” (1ª leitura). Então Jesus aprofunda o diálogo dizendo:
“Não foi Moisés quem vos deu o
pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de
Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
O ponto de partida da catequese e atividade é “o
pão nosso de cada dia”, mas o ponto de chegada é o próprio Senhor Jesus Cristo:
“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em
mim nunca mais terá sede”.
O milagre da multiplicação só aconteceu porque
alguém colocou à disposição de todos o pouco que tinha. É preciso se entregar
inteiramente a Ele e crer na sua palavra e no seu poder. Ele sim, é “o pão do
céu”, um alimento capaz de dar a vida ao mundo e garantir a vida eterna.
Alimentar-se deste pão – que é Jesus – implica em saber abrir o coração para
sua mensagem de solidariedade e de partilha. Esse é o caminho para um mundo
novo, onde se acaba com a fome, com a miséria, com as injustiças e com toda espécie
de pecado.
Nosso encontro com Jesus na Eucaristia é sempre uma
oportunidade para abrir ainda mais nossa mente e nosso coração para buscar o
verdadeiro pão do céu.
A 2ª leitura é uma joia neste ano do Batismo que
nossa diocese está vivendo. O apóstolo Paulo pede que deixemos o homem velho,
isto é, a vida pagã, a mentalidade fútil, as paixões enganadoras que conduzem
ao nada, para nos tornar homens novos: “Renovai o vosso espírito e a vossa
mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira
justiça e santidade”.
O Batismo é assim o mergulho na vida de Deus, na
lógica do amor verdadeiro, da solidariedade. É a renúncia ao demônio, à vida de
pecado, para seguir a Cristo e se alimentar na mesa da Palavra e na mesa da
Eucaristia, que em cada domingo Deus prepara gratuita e generosamente para nós.
Autor: Pe. Roni Osvaldo Fengler