Tema: O pão é dom para a partilha
No domingo passado, a liturgia apresento Jesus, movido por compaixão, ensinando muitas coisas ao povo desorientado. Ora, um bom ensino não apenas oferece teoria, mas inclui também exemplos práticos. É o que nos mostra a liturgia de hoje: Jesus sacia a multidão, mas não cede a imediatismo entusiasta demonstrado posteriormente pelo povo. E nos próximos domingos será apresentado o sentido profundo de "multiplicação do pão" que a liturgia deste dia nos recorda.
No evangelho de Marcos, Jesus manda os discípulos distribuirem o pão, um exemplo para Igreja, em João, Jesus mesmo faz a distribuição para acentuar que o pão é o dom de Jesus. E, no final o povo o quer proclamar rei, mas se retira sozinho, para a região montanhosa (cf J o 6,14 15). O específico de Jesus não era distribuir cesta básicas, como se pretendesse ser prefeito. Sua atenção bem autêntica para resolver o problema material tem valor de "sinal", mas não exclusividade dele. É dever de todos. Para resolver os problemas materiais do povo, há meios disposição, desde que na sociedade haja responsabilidade e justiça. Mas exatamente para isso é preciso algo mais fundamental: que as pessoas levem em consideração o Deus de amor e justiça que se revela em Jesus. A preocupação social da Igreja deve pautar-se por essa linha. Para resolver os problemas econômicos e sociais, os meios estão aí. O Brasil é rico; mas é preciso que haja pessoa justas, sensíveis às necessidades do povo, para bem gerenciar essa riqueza. A missão específica da Igreja é, em primeiro lugar, colocar os responsáveis diante da vontade de Deus, como Jesus fez. E criar um comunidade na qual o que Jesus ensinou seja posto em prática. Para isso, não basta pregar ingenuamente a "boa vontade", se as pessoas não forem conduzidas a uma prática eficaz. A boa vontade de usar bem os meios econômicos segundo a justiça social precisa de leis que funcionem, de mecanismos econômicos e de "estruturas" que o reproduzam, para amarrar a boa vontade a realizações concretas.
A Igreja que tem a missão de conduzir o homens a Cristo, não pode deixar de apontar a responsabilidades concretas. A pessoa deve se cuidada por inteira. A fé verdadeira contempla a realidade social, política e econômica. Jesus está apontando o caminho da partilha. Esta é fruto da fé, de uma experiência de Deus, de Igreja. Como está o nosso testemunho de dizimistas? Deixar falar...
Autor: Pe. Jair de Bairros Gomes
Fonte: Revista O Santuário - Diocese de Santa Maria/RS