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03 de junho: 9º domingo do Tempo Comum
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Estamos de volta ao Tempo Comum, tempo que tem como característica própria celebrar o mistério de Cristo na sua globalidade, renovando a Páscoa do Senhor especialmente em cada domingo, para podermos chegar ao amadurecimento na vivência da fé e assim configurar nossa vida com a de Cristo.
No evangelho deste 9º domingo, os fariseus entram em litígio com Jesus devido à observância da lei do sábado. A tradição oral determinava em detalhes o que podia e não podia ser feito aos sábados. Movidos pela fome, os apóstolos colheram espigas. Ora, colher espigas em sábado não podia. E isso provoca uma discussão. Jesus combateu a tradição judaica várias vezes, especialmente em relação ao sétimo dia.
Para mostrar que a vida da pessoa está acima da tradição, que a necessidade está acima da lei, Jesus lembra o exemplo de Davi (1Sm 21,1-6) que, num sábado, em uma situação de perigo de vida, comeu os pães da proposição reservados aos sacerdotes. E não foi punido por isto. Com isso, Jesus chama atenção de que nem tudo pode ser reduzido à tradição rabínica. Jesus não ensina a quebrar a lei de Deus, mas questiona o modo rígido e legalista dos fariseus de interpretar a Lei. Além do mais, o Filho de Deus é maior que Davi. Ele é senhor de tudo, também do sábado, que foi feito para preservar a vida das pessoas.
A afirmação “o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” é uma clara alusão à criação. Deus criou o homem no sexto dia e fez do sétimo dia um dia de repouso. O sábado, que era para ser um dom, um dia de graça e refrigério, foi transformado num dia de opressão, de peso e de tensão. Esqueceu-se o sentido maior e permaneceu apenas sua forma externa. Jesus sempre buscava a intenção original do Criador para restabelecer o verdadeiro projeto de Deus para nós. Sagrado para Deus é a dignidade do ser humano, a obra-prima de Deus. 
E curando o homem da mão seca em sábado, Jesus mostra que nenhuma lei, nem mesmo religiosa, pode coibir alguém de praticar o bem. Pelo contrário, o Dia do Senhor é para recuperar a centralidade do amor de Deus em nossa vida (notemos que Jesus manda o homem se levantar e se colocar no centro). Tudo, inclusive o sábado, deve estar a serviço da vida.
Autor: Pe. Roni Osvaldo Fengler