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Por que ir à missa aos domingos?
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Ao deparar-me com a pergunta feita pelo papa Francisco na sua catequese semanal sobre a Missa acredito ser oportuno retomar o que já refleti sobre o domingo neste espaço, mas desta vez com as palavras do papa Francisco: “Porque ir à missa aos domingos”?
Foi no primeiro dia que Ele ressuscitou. Desde os primeiros tempos, os discípulos de Jesus celebravam o encontro eucarístico com o Senhor no dia que os judeus chamavam ‘o primeiro da semana’ e os romanos ‘o dia do sol’. Depois da Páscoa, os discípulos de Jesus se acostumaram a esperar a visita do seu divino Mestre no primeiro dia da semana; foi nesse dia que Ele ressuscitou e veio encontrar-se com eles no Cenáculo, falando e comendo com eles e dando-lhes o Espírito Santo. Este encontro se repetiria oito dias depois, já com a presença de Tomé.
Domingo, Dia do Senhor: é Ele que nos encontra. Assim, aos poucos, o primeiro dia da semana passou a ser chamado pelos cristãos ‘o dia do Senhor’, ou seja, o domingo. “A celebração dominical da Eucaristia está no centro da vida da Igreja: nós vamos à missa para encontramos o Senhor ressuscitado, ou melhor, para nos deixarmos encontrar por ele”.
É a missa que faz cristão o domingo. Ouvir a sua palavra, alimentar-nos à sua mesa e assim, nos tornarmos Igreja, o seu corpo místico vivo hoje no mundo. Por isso, o domingo é para nós um dia santo: santificado pela celebração eucarística, presença viva do Senhor para nós e entre nós. “É a Missa que faz cristão o domingo”. Infelizmente há comunidades cristãs que não podem ter Missa todos os domingos; mas também elas são chamadas a recolher-se em oração, nesse dia, ouvindo a Palavra de Deus e mantendo vivo o desejo da Eucaristia. “O encontro dominical com Jesus nos dá a força de que necessitamos para viver com coragem e esperança os nossos dias”, diz Francisco.
A Eucaristia é o ‘coração’ da Igreja. “A Eucaristia é um acontecimento maravilhoso no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. Participar da Missa é viver outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor se faz presente sobre o altar para ser oferecido ao Pai pela salvação do mundo”, disse Francisco.
Não podemos esquecer o grande número de cristãos que, no mundo inteiro, em dois mil anos de história, resistiram até a morte para defender a Eucaristia; e quantos, ainda hoje, arriscam a vida para participar da Missa dominical. No ano 304, durante as perseguições de Diocleciano, um grupo de cristãos, do norte da África, foram surpreendidos enquanto celebravam a Missa em uma casa e foram presos. O pró Consul romano, no interrogatório, perguntou a eles porque o fizeram, sabendo que era absolutamente proibido. E eles responderam: “Sem o domingo não podemos viver”. A Eucaristia é “fonte da água viva”. Este é o sentido mais profundo da santa Eucaristia, que significa “agradecimento”: agradecimento a Deus Pai, Filho e Espírito Santo que nos envolve e nos transforma na sua comunhão de amor.
A missa não é um espetáculo, mas encontro com o Senhor.  Em certo ponto o sacerdote que preside a missa diz: “Corações ao alto”? Não diz: “Celulares ao alto para tirar a foto!”. É uma coisa feia! E eu digo a vocês que me dá tanta tristeza quando celebro aqui na Praça ou na Basílica e vejo tantos telefones levantados, não só dos fiéis, mas também de alguns padres e também bispos. Mas por favor! A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da paixão e da ressurreição do Senhor. Por isso o sacerdote diz: “Corações ao alto”. O que quer dizer isso? Lembrem-se: nada de telefones, disse o papa Francisco.
Concluindo, por que ir à missa aos domingos? “Não é suficiente responder que isto é um preceito da Igreja. Nós cristãos precisamos participar da missa dominical porque somente com a graça de Jesus, com a sua presença viva em nós e entre nós, podemos colocar em prática o seu mandamento e sermos testemunhas críveis”.
Mais ainda, a comunhão eucarística com Jesus ressuscitado antecipa aquele domingo sem ocaso em que toda a humanidade entrará no repouso de Deus.
Autor: Pe. Beto Konzen