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Rodrigo Hillesheim: Minha história, minha vocação – parte 2
Créditos foto: Arquivo Pessoal Full Width Post Format
Na primeira parte da minha história vocacional descrevi como surgiu o chamado divino e como fui descobrindo o que Deus queria de mim. Da infância até entrar para o seminário destaquei quais pessoas foram instrumentos e ajudaram a colaborar com a minha vocação: família, padre da paróquia, assessor de coroinhas, animador vocacional. Neste artigo gostaria de falar um pouco como a compreensão deste chamado foi sendo amadurecida na caminhada do seminário. Antes de tudo, penso que o seminário não é tanto um lugar, mas um tempo de preparação para o sacerdócio ministerial. Diz o Evangelho que Cristo escolheu os que ele quis para ficar com ele (Mc 3,13-14), isso significa que Ele chamou os Apóstolos para junto de Si a fim de estabelecer um tempo de proximidade. Só a proximidade com o Senhor possibilita a configuração a Ele. O seminário é este tempo com o qual Jesus deseja estar mais próximo daqueles que ele chama para Dele aprenderem a tornar a vida uma total doação a Deus.
Decidido a entrar para o seminário, ingressei no Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Arroio do Meio, no ano de 2007. Lá cursei o Ensino Médio no Colégio Bom Jesus durante 3 anos. Foi um tempo de intensa vida comunitária, convivência e aprendizagem na organização do tempo. Um dia inteiro deveria estar organizado entre estudos, trabalho, oração e harmoniosa convivência com a comunidade do seminário. Foi o tempo de lançar as bases. Um fato marcante nesses primeiros anos de seminário foi quando nós, seminaristas menores, tivemos a oportunidade de estar com o Papa Bento XVI, em 2007, no encontro com os jovens no estádio do Pacaembu em São Paulo. Também, recordo com alegria os encontros de coroinhas realizados na comunidade São Vendelino de Forqueta (Arroio do Meio) e as visitas feitas às paróquias da diocese para celebrar, conviver com as famílias e suscitar vocações.
Em 2010, cursei o Seminário Propedêutico São João Batista, em Santa Cruz do Sul. Foi um ano de aprofundamento da própria vocação através da oração e dos estudos introdutórios sobre a fé, Jesus Cristo e a Igreja. Nesse ano realizei trabalhos pastorais com os jovens da Paróquia de Linha Santa Cruz na comunidade Matriz e na comunidade de Boa Vista.
Em 2011 fui para o Seminário Maior Dom Alberto de Viamão para cursar os estudos de filosofia, durante 3 anos e teologia, em 4 anos. Nessa etapa o foco é a configuração da vida a Cristo e a disponibilidade para servir a Igreja de forma mais livre e decidida, sobretudo, com a ajuda da teologia que reflete sobre a fé para vivê-la de forma mais profunda. Em Viamão ressalto o amadurecimento de vários aspectos que devem ser desenvolvidos e assimilados para abraçar a missão de ser padre: as virtudes humanas, a verdade do Evangelho como suprema verdade, a oração como indispensável para o ministério, a caridade pastoral, a busca da vida interior, a percepção das necessidades mais profundas das pessoas, etc...
No período do seminário o papel do padre reitor foi fundamental. Ele é instrumento do Espírito de Deus que forma os corações. Destaco também a importância do diretor espiritual em minha vida, pois ajudou a olhar toda a realidade com os olhos da fé e a orientar para o que Deus está pedindo em cada dificuldade ou conquista. Nos últimos anos foi valioso o constante apoio e proximidade do atual pároco de minha paróquia de origem, o padre Rogério Kunrath.
Foram ricas as experiências pastorais realizadas durante a teologia: na Pastoral Diocesana dos Coroinhas e na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes na Estância Nova, em 2012 e 2013. No ano de 2014 comecei a realizar trabalhos pastorais na Paróquia São Sebastião Mártir, portanto, foram 4 anos de muito aprendizado e conhecimento. Foi me dada a oportunidade de transmitir a Boa Nova de salvação em dois âmbitos específicos: aos jovens e a comunidade da Vila Batisti. Ao colaborar nessa paróquia pude me preparar para não ser somente um pastor do rebanho a quem me for confiado, mas um evangelizador, um missionário, alguém que sai e vai ao encontro das pessoas onde elas se encontram, para anunciar-lhes o Evangelho.
Sou grato pela oportunidade de ter realizado meu trabalho pastoral nessa paróquia. Com isso, quero com gratidão lembrar os padres desta paróquia: Pe. Aldo por ensinar-me com sua experiência de vida e ministério; Pe. Marcelo por sua paciência, partilha de fé e ousadia na evangelização; e ao Pe. Beto, por sua sinceridade, senso de justiça e zeloso empenho pastoral. Recordo suas palavras quando cheguei à paróquia: “venha a Venâncio para dedicar-se não pela metade, mas por inteiro”. Retrata um pouco o que os padres realizam em nossa paróquia: um trabalho abnegado pela comunidade de fé! Não poderia deixar de mencionar os leigos: crianças, jovens e adultos que dedicam a sua vida para servir a Cristo e a Igreja na nobre missão de evangelizar. Também eles me ajudaram a ver o quanto a missão de levar Jesus Cristo às pessoas é urgente e necessária. Obrigado a todos!
O meu lema diaconal é: “O amor de Cristo nos impulsiona” (2Cor 5,14). Escolhi este lema porque o amor de Jesus por nós é tão grande e valioso que não posso agir se não for por Ele e por causa Dele. Toda a minha história é conduzida por esse amor.
Autor: Rodrigo Eduardo Hillesheim